Tuesday, January 31, 2006

SEXTA-FEIRA, 1 DE FEVEREIRO DE 1974

Às 6H30, saiu o 4º pelotão para uma operação. Carregando 4 rações de combate, o poncho, um cobertor e demais objectos pessoais, sem esquecer um reforço de munições, o grupo, de acordo com as intenções do seu comandante, alferes Gomes, prepara-se para andar bastante e dormir em pleno mato.
— Temos de caçar esses turras, filhos da puta. — afirmava, constantemente.
— Olhe que eles são mais espertos do que você julga. — contrapunha-lhe o furriel Marques, o mais antigo dos três furriéis do pelotão.
Depois da ameaça, a execução do plano. Afinal, a coluna sofreu uma emboscada, nas proximidades do lugar conhecido como 10%, devido à inclinação do relevo, a cerca de 5 quilómetros do quartel.
Azar, azar teve o preto que, buscando lugar seguro durante o tiroteio, para se proteger, deitou-se no chão do corredor do machimbombo. Uma bala perdida alojou-se-lhe na cabeça, mandando o homem para o outro mundo.
Sorte, sorte teve o soldado Silva, corneteiro do 3º pelotão que estava abrigado, tremendo de medo, mesmo ao lado do moçambicano.
As nossas tropas portaram-se muito bem e repeliram os turras. Resultado da contenda: um morto confirmado. E o inimigo deixou no capim rasto de muito sangue, compressas e algodão ensanguentado.
A equipa dos furriéis reforçou-se com a chegada do Lima, antigo aluno da Casa Pia de Lisboa. Também ele vai operar no 2º pelotão.




QUINTA-FEIRA, 31 DE JANEIRO DE 1974

Foi detectada uma emboscada à coluna entre o Cruzamento e Capirizange. Com a reacção das NT, a coluna prosseguiu em segurança.
O primeiro mês do ano terminou. De bom, entre várias coisas, saliente-se a manutenção da vida.
Hoje, houve muitas novidades no quartel. O serviço de alimentação especial, na messe de oficiais e de sargentos, acabou. Todos vão comer do rancho geral, agora com mais restrições, pois já não há vinho, fruta, café, manteiga, leite, ... ! Vivemos uma indubitável miséria. Come-se mal, alinha-se demasiado nas operações e na picada, sem falar nos serviços domésticos. A Companhia tem tanta gente fora de portas e o quartel arrisca-se a ficar vazio e sem defesa suficiente.


QUARTA-FEIRA, 30 DE JANEIRO DE 1974

A coluna saiu com o atraso de um dia por falta de prontidão da Companhia de Moatize. Aqueles militares esmeram-se por parecerem superiores aos demais, não sei se por estarem numa pequena cidade industrial, próximo da capital do distrito, se por serem os mais antigos neste pedaço de território moçambicano. Parece quererem levar a peito o nome do indicativo das suas transmissões, Barão, pelo que, geralmente, se apresentam como autênticos barões desta guerra.
Entretanto, chegou o furriel Costa, das Operações Especiais, que vai ser incorporado no 2º pelotão. Com ele, o inseparável rasteirinho, o Cubilhas, o exemplar canino, de pêlo castanho escuro e focinho arrebitado.


TERÇA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 1974

As nossas colunas, por serem especiais e seguirem uma via rodoviária muito importante para Moçambique e países vizinhos, exigem de todos nós demasiado esforço e concentração perante os obstáculos que se nos deparam. Quando não são as viaturas militares, muitas delas em condições obsoletas, são os carros civis. Ou as mi-nas que nos pregam partidas, numa espécie de jogo da cabra-cega.
No regresso à nossa casinha, a partir de Mussacama, a coluna cresceu com a introdução de três viaturas militares requisitadas para transportar os civis do aldeamento que serão transferidos para o Zóbuè. Como se não bastassem as dificuldades inerentes à própria coluna, o motorista de um camião civil, autêntica besta quadrada, entalou a sua viatura numa vala, à beira da picada. Quantas mais ten-tativas fazia para retomar a estrada, mais piorava a situação. Como um mal nunca vem só, o rádio-transmissor também deixou de funcionar, ficando a coluna isolada do resto do mundo. Que fazer? Aban-donar a viatura? Deixar uma secção a protegê-la? Ou colocá-la sob a responsabilidade da milícia local? Após várias horas de alguma an-gústia e muita confusão, perdidas com a ocorrência, _ Fiat Lux _ o alferes resolveu aceitar a proposta do furriel Marques: descarregar o camião. Executada a operação, facilmente, a viatura regressou à estrada e, à força de braços e com a colaboração de todos, o “animal” foi recarregado com os 9000 Kg de farinha que trazia.
Próximo do Zóbuè, nova contrariedade se deparou. Com o esforço despendido para repor o camião na estrada, o rebenta-minas queimou o disco de embraiagem, tendo de seguir a reboque de uma das Berliets que integravam a coluna.
À entrada da vila, a viatura da 3ª Companhia que abria a coluna, foi atingida pelo desgaste do material, de modo que, cerca das 21 horas, finalmente, a coluna arribou ao quartel, para surpresa dos residentes na vila, com duas viaturas militares a reboque. Foi um trabalho duro, duro. Mas o facto de podermos saborear um pouco de comida quente, mesmo que empastelada, e o esqueleto conseguir acamar-se na esponja amarela do catre, vale todo o esforço suple-mentar que se possa fazer. Pena a pele não conseguir ser acariciada pelas gotas de água que teimam em faltar ao nosso convívio.

DOMINGO, 27 DE JANEIRO DE 1974

A coluna do dia, da responsabilidade do quarto pelotão, saiu pelas 7 horas. Em Mussacama, apanhou a 3ª Companhia que mudou-se para Capirizange, por questões de estratégia militar. Quer dizer, num espaço de cerca de 35 quilómetros, ficamos sem apoio. Na tropa é assim: General manda, soldado cumpre e não refila. Abraçados pelo ar condicionado e beijados pelo desumidificador, os senhores donos da guerra é que sabem o melhor para o pobre soldado que apodrece na humidade quente do mato.
Na cantina do Delfim, foi conhecida a notícia de emboscada preparada para um pouco mais à frente. Perante este aviso, o pessoal, com a adrenalina em ebulição, reforçou a vigilância no trabalho da picada para tentar diminuir as consequências do perigo iminente. Mas, por incrível que pareça, o alferes Gomes proibiu os flanqueadores de alvejarem o mato, enquanto ele se entretinha a fazer pontaria aos pássaros e a atirar aos postes erguidos na berma da picada. O homem parece que está a ficar cacimbado.
Chegados a Capirizange, na cantina local, foi possível comer frango assado mais picante do que a pimenta. Mesmo assim, como a tropa estava esfomeada apenas restaram alguns ossos para os cães. Por estas bandas, fome é mato!


SEXTA-FEIRA, 25 DE JANEIRO DE 1974

O primeiro pelotão saiu para uma operação nocturna. Cumpre-lhes patrulhar os arredores da vila. Enquanto calcorreavam os campos à volta da Moagem e da pista do aeródromo, parecia que o céu desabava sobre a terra. Intensas cargas de água, acompanhadas pelo ribombar grave dos trovões, fervilhavam nos corpos encharcados, que nem a pseudo protecção do poncho conseguiu abrigar.


QUINTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 1974

A programada visita do comandante da ZOT não se realizou.
Por sua vez, a nossa coluna teve de avançar ao encontro da coluna de Moatize, pois os militares daquela cidade encontraram uma ponte completamente rebentada pela acção de explosivos, obstruindo a passagem das viaturas. Com a placa da ponte abatida sobre o leito do rio e as árvores queimadas pelo efeito nocivo do trotil, foi necessário construir um desvio pelo mato para ultrapassar o pequeno curso de água e seguir estrada fora.


QUARTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 1974

Finalmente, pela tarde fora, duas Berliets e dois camiões Toyota, adidos à 3ª Companhia, surgiram ao sair de uma curva fechada, ao encalço do grupo e dos restantes elementos do pelotão para transportar todo o material do destacamento.
Durante a longa caminhada, alguém descobriu uma ave de grande porte pousada no cimo de uma altíssima árvore. Passada a informação, num ápice, estava pronto um pelotão de fuzilamento com a pontaria afinada, prestes a executar o indefeso animal.
— Que ave será? — perguntou-se.
— Um mocho!
— Não. É uma águia.
— Alto! Ninguém dispara! — gritou o furriel ilhéu.
Fosse o que fosse, estava condenado à morte.
— Furriel, pago-lhe uma “bazuca” se acertar. — desafiou o soldado Patusco.
— Ok! — respondeu o graduado.
Aceite a aposta, o comandante do grupo apontou a arma e PUMM! Numa fracção de segundo, a ave tombou inerte na mata.
— Que pontaria, meu furriel! Estou tramado! — desabafou Patusco.
— Atirador especial, apenas. — respondeu o furriel.
A curiosidade acentuou-se. O que é, o que não é? O furriel Ventura Rocha, num pé, partiu ao encontro do cadáver e, noutro pé, regressou à picada, segurando pelas asas aquele corpo inerte. Ao certo, uma ave de rapina, grande, com as penas escuras espessas. E o velho caixote, companheiro inseparável das aventuras africanas, ro-dando a película a preto e branco, registou a foto da praxe, testemunho da caçada para a posteridade, com o trofeu ingloriamente conquistado.
Finalmente, o adeus modesto à casa que durante três semanas serviu de abrigo a um punhado de homens desterrados em pleno mato. A permanente insistência do nosso capitão Carvalho, junto do Batalhão, por falta de pessoal suficiente na Companhia, para executar todas as missões que nos são impostas, por fim, resultou em benefício dos militares do Zóbuè.


Friday, January 13, 2006

TERÇA-FEIRA, 22 DE JANEIRO DE 1974

O grupo passou o dia povoando o morro, situado à entrada do percurso para a Viúva, sem jamais descurar a sua segurança.
Como previamente combinado com o oficial de dia da 3ª Companhia, um 404 levou-lhes, sempre em patrulha, como convém nestas situações, uma panela com arroz e salsichas e pão fresco. Obrigado, amigos!!!
Para a noite, os dois furriéis do pelotão, incumbiram-se de montar a segurança ao grupo, com a ajuda voluntária dos cabos João, Eusébio, Costa e Gomes.


SEGUNDA-FEIRA, 21 DE JANEIRO DE 1974

Cinco horas da manhã! Comandadas pelo furriel madeirense, duas secções do pelotão destacado na Viúva Henriques puseram-se a caminho de Mussacama, calcorreando as mais de três dezenas de quilómetros que distam as duas povoações. Objectivo: conseguir transporte para o regresso ao Zóbuè. Uma breve paragem para enganar o estômago com um pouco de ração de combate e ei-los, de novo, mordendo o pó da estrada.
— Este furriel é chato! — murmurou o cabo Costa.
— Não posso andar mais, furriel. Tenho os pés cheios de bolhas. — disse o soldado Eduardo, alargando os atacadores das botas.
— As minhas pernas já não podem andar. Doem-me os joelhos, furriel. — acrescentou o soldado Andrade.
— Puta de guerra. Ninguém respeita a gente. — gritou o Pereira, atirando uma pedra ao pássaro de penas coloridas que, em voo raso sobre o grupo, atreveu-se a pousar no ramo de um embon-deiro.
A alegria da chegada à povoação, ao lusco-fusco e a arte do capitão Freitas para bem receber os visitantes foi contrariada pelas palavras amargas saídas da boca do major.
— Regressem imediatamente ao lugar de onde vieram. É lá que devem estar e não aqui! — gritou o oficial superior, certamente abalado pelas contrariedades da vida. Afinal, a coluna, onde se tinha incorporado, comandada pelo alferes Vale, tinha sido vítima de uma emboscada, durante duas horas, antes de atingir a cantina do Delfim. Felizmente sem consequências.
Com os homens fisicamente estourados, o furriel Araújo conseguiu negociar a pernoita e ainda uma refeição quente para todos os seus homens, antes de abandonar o aquartelamento.
Choveram pragas ao major, ao comandante do Batalhão e a todos os senhores da guerra, habituados ao ar condicionado e ao desumidificador dos gabinetes e às putas finas das cidades.
— Somos pessoas. Não somos máquinas! — exclamaram os mais revoltados com a situação.
A coluna do alferes Vale foi emboscada, durante duas horas, felizmente, sem consequências físicas nem materiais para a tropa.


DOMINGO, 20 DE JANEIRO DE 1974

Uma secção do nosso quartel foi abrir a picada até Mussacama para facilitar a vida do pessoal da coluna.
A visita do capitão Rosário à Companhia veio trazer grandes modificações na engrenagem da vida do quartel, a começar pela obrigatoriedade de toda a gente estar ocupada.
Em Lisboa, a deslocação do Benfica ao Restelo saldou-se por uma retumbante vitória encarnada sobre os pastéis pelo score de 3-1, com dois golões do rei Eusébio.



SÁBADO, 19 DE JANEIRO DE 1974

Foi impossível a coluna prosseguir com a Berliet avariada. Uma outra, com material do grupo dos Comando, que vão embora, acabou sendo o reboque salvador. Contactado o aquartelamento no Zóbuè, o furriel Marques recebeu ordem de continuar com o 411, fazendo de rebenta-minas até Capirizange, onde a Berliet da 3ª Companhia irá tomar o seu lugar. Entretanto, o condutor do 411 negou-se em seguir na frente da coluna — Só de loucos! — , mas finalmente, após muito trabalho de mentalização, acabou convencido da necessi-dade da sua colaboração para o bem colectivo. Por precaução, todo o pessoal fez a restante caminhada a pé e com as maiores cautelas. Quando a coluna, com 32 carros, chegou a Capirizange todos estavam KO. E já lá vão dois dias!
Do Zóbuè partiu um grupo com peças para colmatar a avaria da Berliet.



SEXTA-FEIRA, 18 DE JANEIRO DE 1974

Hoje é dia de coluna. Do 4º pelotão. É a oportunidade de revermos alguns companheiros e matarmos a saudade do lar, doce lar, abraçada num aerograma azulado, despejando novidades tardias da Metrópole: o aniversário da irmã, o casamento do primo ou as peripécias dos amigos da terra. Falam ainda das festas e da passagem de ano.
Com o roncar dos motores, chegou também a mensagem de partida. Muito em breve, o pelotão regressará à Companhia.
No regresso a Mussacama, a Berliet sofreu uma avaria bastante grave. A noite foi passada na picada, aguardando o reboque pelos dois Unimogs, que a acompanharão, na manhã seguinte.
À noite, o pessoal entreteve-se, jogando às cartas e ouvindo a marrabenta. Para abafar a saudade dos parentes, avivadas com a chegada das notícias, fumou-se erva. Que grande pedrada! A guerra passou ao lado!


Saturday, January 07, 2006

SÁBADO, 12 DE JANEIRO DE 1974

O dia amanheceu claro. Algumas nuvens brancas, muito brancas, cruzavam o firmamento azul. Há quem prediga sinais de ventania.
De manhã, o quartel recebeu a visita do comandante da ZOT. O homem fartou-se de desancar na Companhia, em consequência do sucedido no dia 30 do mês passado. Pois, pois, nos gabinetes dos generais do ar condicionado não há emboscadas! Deixou a informação que a nossa coluna vai passar a ir só até Capirizange.
O sargento de dia foi chamado à porta da guerra pela sentinela de serviço. Uma graciosa mulata, desfilando os dentes esbranquiçados a todo o comprimento do seu doce sorriso, veio trazer um cabaz de fruta. Mais abacaxis do que ananases. Apresentada ao oficial da casa, Olinda, de seu nome, as dezasseis primaveras palmilhadas no pó da velha picada, espelhando a frescura da imagem da juventude feminina, aprestou-se a oferecer os seus valiosos préstimos à tropa, a troco de algumas quinhentas para comprar comer. Logo, ali, após um curto lanche matinal, ficou consertado que tratará da roupa do “Sor Alferes e dos Sores Furriéis”.
À tarde, cinco militares, em patrulha, aventuraram-se por terrenos humanizados e regressaram abastados com um porco, um cabrito e três galinhas. Tudo conquistas num aldeamento, algures perdido na densa mata. Avizinham-se faustos banquetes.Ao cair da noite choveu. Grandes bátegas encheram os bidões destinados à captação de água. Todo o grupo aproveitou a dádiva da natureza e, em pelota, retemperou-se com um valente duche, oferta do Criador.


QUARTA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 1974

O pessoal limita-se a cumprir o serviço mínimo de segurança. As provisões alimentares escasseiam. Aguarda-se o reabastecimento oportuno. Alguns elementos da população local vêm visitar-nos. Devemos parecer-lhes prisioneiros. A água esgotou-se. Para as refeições, é preciso ir buscá-la ao rio, afluente do Zambeze, que dista uns quatro quilómetros. Toda a gente está a deixar crescer a barba e o bigode. A roupa começa a cheirar mal, acumulando o suor de vários dias. Chuva, pede-se chuva.
O pessoal de Mussacama continua a ajudar-nos, indo ao encontro da coluna e abrindo a picada para simplificar o nosso árduo trabalho.

SÁBADO, 5 DE JANEIRO DE 1974

Uma calmaria inquietante reina por estas paragens, onde a vegetação cresce em ritmo acelerado. Nada acontece de extraordinário. O tempo parece que parou. Mata-se o ócio com jogos de cartas. A sueca, o cassino e a lerpa reinam nos quatro cantos do recinto. Os graduados entretêm-se com o king, com as damas e com o dominó. A espaços, lêem-se alguns livritos de cowboys ou da colecção da RTP, enviados pelas “caridosas senhoras do Movimento Nacional Feminino”; fuma-se desalmadamente, por vezes um naco de erva, ouve-se música — música macaca, não é Patusco? — e dorme-se.
Desconhece-se o que nos reserva o futuro, mas dir-se-ia que, neste destacamento, estamos numa estância de férias africana.
Ao almoço, um velhote esquelético, curvado pelo peso dos anos, fazendo-se acompanhar por uma filha, jovem moçoila, ostentando os seios hirtos e gingando o mataco um pouco saliente, chegou sereno à porta da guerra e pediu para falar ao “Sor Alferes”. Amavelmente, veio oferecer duas largas cestas repletas de ananases, da sua plantação. Entusiasmado com a garrafa de vinho oferecida pelo “Sor Alferes”, autorizou a tropa a frequentar a sua machamba e recolher o precioso fruto, “sempre que precisar”.


SEGUNDA-FEIRA, 31 DE DEZEMBRO DE 1973

Último dia do ano civil. Um grupo de militares do Zóbuè, voluntários, deslocando-se em Unimog, sob as ordens do alferes Gomes, partiu ao encontro da coluna. Nobre, o gesto destes corajosos homens que, sujeitos às contingências da guerrilha, não temeram afrontar os perigos da picada para ir ao encalço dos companheiros, com a moral de rastos, pelo brutal e trágico acontecimento.
No aquartelamento de Viúva Henriques, após umas jogatanas de cartas, o maior do grupo de combate, à meia noite, ordenou o lançamento de quatro morteiros, um para cada ponto cardeal, como forma de intimidar o IN e, em simultâneo, saudarmos, à nossa maneira, a chegada do Novo Ano 1974.
— Bom Ano Novo para todos!