Saturday, December 03, 2005

TERÇA-FEIRA, 4 DE DEZEMBRO DE 1973

A um canto da tenda, isolado do burburinho próprio dos preparativos para a saída da coluna, o soldado recolheu-se no silêncio que inunda a alma e rezou. Rezou à Virgem de Fátima, pediu-lhe protecção para si e para os seus companheiros e prometeu-lhe ir visitá-la no Santuário se conseguir regressar ao convívio dos seus familiares são e salvo. Depois, atou o bornal à cintura, pegou carinhosamente na G-3 e ocupou o seu lugar no pelotão em formatura, na parada. Tinha consciência que o aguardava dois dias de árduo trabalho na picada, sujeito a enfrentar imensos e desconhecidos perigos.
A coluna pôs-se a caminho. Esta, com a particularidade de transportar a companhia que durante treze meses cumpriu nesta zona a sua heróica missão.
— Até pronto, amigos! Que a sorte vos acompanhe no resto da comissão!
Da nossa parte, quedamo-nos sós, entregues à nossa competência militar.
— Que Deus nos guarde e nos ajude!
À noite, um grupo de graduados, oficiais e sargentos, confraternizou à volta da mesa, na cantina do Mário Mendes. Da ementa, constou cabrito no forno.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home