Friday, April 21, 2006

SEGUNTA-FEIRA, 22 DE ABRIL DE 1974

Estranhamos que o IN já não nos chateia há mais de um mês. Há mesmo quem avance que, da próxima vez, será tudo junto. Talvez um bombardeamento. Só bocas!
O 1º pelotão, comandado pelo furriel Araújo, embrenhou-se no mato, a fim de cumprir as ordens emanadas pela Zona Militar de Tete, para a Operação “Loja 4”.
Um dos objectivos desta operação com apoio aéreo é bater a zona entre o Zóbuè e a Viúva Henriques e capturar o armamento do IN, armazenado no antigo destacamento militar, entretanto abando-nado pelas NT, há três meses.
No mato, em especial pela tarde, o calor costuma apertar. Para matar a sede, a tropa em patrulha nas matas, lança mão às dádivas da mãe natureza. E não raras vezes, desenrasca-se, sorvendo o suco de algumas erva, seguindo o exemplo dos companheiros africanos ou bebendo directamente a seiva de uma liana, a planta em forma de corda que apare e nas zonas húmidas.
Apesar das inúmeras dificuldades que se apresentam a estes bravos homens, o facto de conhecerem aquela povoação perdida nas entranhas da floresta pode ser-lhes benéfico. Mas os tempos que correm não estão para grandes façanhas, para além da sobrevivência, quando toda a gente sabe que esta guerra podre só interessa a um restrito grupo de gananciosos que teima em manter os seus privilégios em detrimento do interesse nacional.


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