Saturday, February 11, 2006

SÁBADO, 9 DE FEVEREIRO DE 1974

No regresso a casa, uma carrinha Volkswagem atascou. E lá foram perdidas mais de duas horas. A persistência da tropa acabou surtindo efeito positivo e, com muito custo, a viatura foi retirada do lamaçal e pôde prosseguir caminho, em grande parte, graças à intervenção do Garrafão.
— Quanto mais mosto, melhor, meu furriel! É só gasosa! — exclamou o condutor.
Na breve paragem na cantina do Delfim, o comandante foi informado da presença de um grupo jovem, iniciado na arte da guerrilha, para actuar na nossa zona. Como “cuidados e caldo de galinha não causam mal a ninguém”, com o corpo retemperado e o espírito em cuidados, a coluna continuou o seu trabalho até que, pelas 18 horas, foi uma vez mais obrigada a parar. Uma arreliadora avaria na transmissão de um camião da CLAN, impediu-o de avançar. Apenas sete quilómetros de distância impediam a tropa de saborear uma refeição quente e repousar o esqueleto no colchão de espuma.
Atendendo à relativa proximidade do quartel e para que o grosso do pessoal não fosse privado de regressar à base, o alferes Gomes ordenou que a secção do cerra-filas, sob o comando do furriel Araújo, permanecesse no terreno, em protecção à viatura acidentada. Que remédio! Para bem de uns, outros são sacrificados.


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